sexta-feira, 11 de março de 2016

Os Pretos Velhos na Umbanda

 

 
Os pretos velhos na umbanda são os seres mais evoluídos que temos e os maiores trabalhadores do trono da evolução. Mas porquê?
Evolução espiritual não se mede pela classe social ou cultural do Ser quando encarnado, mas, sim, pelo grau consciencial que o Ser tem ou adquiri em relação as virtudes divinas e sua conduta em prol da humanidade, não necessitando mais encarnar para desenvolver essas virtudes.
Pensando nesse conceito, nos pusemos a meditar e a primeira imagem que nos veio à cabeça foi a de um preto velho. Vejam que se pensarmos na imagem de um preto velho, certamente imaginaremos aquele velhinho, bem pretinho, de cabelo e barba branca, encurvado, pitando seu cachimbo, sentado em um banco de madeira e bengala ao lado, falando mansamente, de forma simples, muito simples, quase que doutrinando, sempre com palavras de amor, compreensão e compaixão.
Quando paramos para pensar o quanto esse preto velho sofreu no passado, enquanto escravo, trabalhando de sol a sol, dormindo no chão de uma senzala, comendo o resto do seu senhor e muitas vezes sendo chicoteado ou vendo seus irmãos, filhos ou esposas serem chicoteados, nos perguntamos – como pode ele, mesmo encarnado e nessa situação inimaginável, ser tão bom de coração ao ponto de ainda assim, entender seu próximo, ser alegre, bom de coração, fazer a caridade e muitas vezes, como se vê nas histórias contadas, curar os parentes de seus senhores com suas ervas e mandingas, sem nada cobrar em troca?
Em razão disso percebemos que somente uma alma pura de coração poderia encarnar nessa situação, já que seu sofrimento, sem perder a compaixão com o próximo, seria, no futuro, exemplo e ensinamento a todos os encarnados no sentido de evolução.
Assim, percebemos que desde a encarnação os pretos velhos já tinham uma missão imposta por Olorum e esse sofrimento e dedicação seriam recompensados no Astral, com a criação de um arquétipo nas suas características encarnadas, para que todos pudessem contemplar a elevação da alma e não da matéria.
Tanto é assim, que Olorum em sua infinita sabedora, ao definir os arquétipos na umbanda, reservou ao preto velho o grau maior. Mais porquê? Porque eles foram, enquanto encarnados, o exemplo vivo de evolução, sofrendo os desígnios de Olorum, sempre de forma serena e evoluída, sem nunca perder sua religiosidade.
Essa imagem, se estudada, representa exatamente o que Olorum quis que ela representasse, já que se pensarmos em uma pessoa evoluída, não materialmente, mas, sim, espiritualmente, somente poderíamos pintar a imagem de um preto velho.
Assim, percebemos que os pretos velhos, mesmo quando encarnados, já trabalhavam em prol da humanidade, dando exemplo de como se deve analisar os desígnios de Olorum e como se deve abrir a mente para entender as mensagens e ensinamentos vindos do Astral, já que naquela época, quase que a totalidade dos médiuns eram escravos e os que tinham mais conhecimento e poder eram os velhos, em virtude do seu estado mental mais evoluído em razão do passar dos anos e do conhecimento adquirido na natureza, pelos animais irracionais e racionais - já que naquela época haviam muitos animais irracionais - e, por tudo o que a vida lhe proporcionava de ensinamento.
Isso não quer dizer que temos que aceitar tudo, mas, sim, compreender e tentar fazer algo melhor, como fizeram os escravos naquela ocasião passada, dando seu exemplo de vida.
Mais não paramos por ai. Pensando nisso e fazendo um paralelo com o ser encarnado nos dias de hoje, que nada sofrem como no passado se sofreu, que dificilmente passam fome, que nunca foram escravizados ou chicoteados, têm, sim, suas dificuldades, mas nada comparada aos nossos antepassados escravos, entendemos o porquê o mundo está como está, e entendemos também, o porquê os velhos escravos de antigamente, são hoje pretos velhos na umbanda, uma das entidades mais evoluídas, trabalhando no trono da evolução e ajudando os seres encarnados em suas dificuldades.
Observem que hoje as pessoas não pensão em seu próximo ou nas dificuldades da vida, muito menos nos desígnios de Olorum de forma ampla, lembrando que a vida não é apenas a encarnação de hoje, os problemas de hoje, as incertezas de hoje, mas, sim, uma sequência lógica de encarnações no sentido de evoluirmos em cada uma das sete virtudes de Olorum (quais sejam, Fé, Amor, conhecimento, Equilíbrio, Ordem, Evolução e Geração), até termos totais condições de auxiliar nosso próximo, já que somente passando pelas dificuldades de cada virtude é que entenderemos os seus significados e teremos condições de ensinar.
Como ninguém pensa mais sobre isso, vive, dia após dia, de forma egoísta, pensando somente em si e nas coisas materiais e se puderem, prejudicam um semelhante, as vezes, apenas por capricho, é que o mundo está do jeito que está, criminalidade em todos os locais, as pessoas cada vez mais tendo problemas de saúde e sendo infelizes, sempre procurando algo que está fora do seu alcance, em vez de ser feliz com aquilo que tem, sempre necessitando de um passo a mais. Devemos modificar isso, sem, claro, deixar de trabalhar e evoluir, pois temos que ter um ideal, afim de alcançarmos nossos sonhos e quem sabe, evoluirmos como pessoa.
Como isso não acontece, já que as pessoas não entenderam os exemplos deixados pelos pretos velhos, o mundo está como está. Além disso, infelizmente, as catástrofes naturais só estão aumentando, já que a espiritualidade tenta de alguma forma demonstrar a necessidade de se mudar o pensamento.
E isso é uma realidade a ser refletida, pois, se pensarmos nas pessoas encarnadas, veremos que quase sua totalidade reclamam da vida, nada fazendo pelo próximo ou por si mesmo, mais querem por que querem serem agraciados com as bênçãos de Olorum, pois entendem que são pessoas boas e que devem ser reverenciadas por isso, não aceitando as dificuldades da vida, enfrentando-as de frente, com fé e amor.
Muitas vezes não entendem sequer os motivos de seus próprios problemas, mas julgam as atitudes do seu semelhante, sem nada fazer para melhor a comunidade em que vive.
Louvemos os pretos velhos, já que desde sua essência encarnada nos ensinou muito, pena que não prestamos atenção nos exemplos que a vida nos dá e por isso passamos por dificuldades.
Vamos evoluir. Aprendamos com os pretos velhos e com os exemplos de vida dos escravos.
E justamente por essa razão que os pretos velhos irradiam os fatores divinos da evolução. Os fatores irradiados pelos pretos velhos não são somente aqueles referentes a todas as virtudes, que também está inserida no seu campo de atuação, mas a evolução em todos os sentidos relacionadas ao Ser, seja material, espiritual, conciencial, profissional, entre outras.
Salve os pretos velhos.
 


 


 


 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Olorum e os Orixás


Olorum e os Orixás

De forma clara e objetiva, Olorum na Umbanda é o ser supremo, criador de tudo e de todos. É dele que tudo é gerado. Ele para os umbandistas é o nome dado a Deus, por ser Deus, não temos como descrevê-lo, apenas sabemos que existe e que tudo ele pode e ele pode tudo. É a energia divina que nos conduz a evolução.

Por ser energia divina, não podemos descrevê-lo, apenas senti-lo, pois sabemos que ele existe e que muitas coisas somente ele pode. Essa afirmação é amplamente difundida, tanto que o ditado popular já deixa isso muito claro “Não caiu uma folha de uma arvore se não for pela permissão de Deus”.

A palavra Olorum é de origem Yorubá. Olo significa senhor e Orum, o além, o alto do céu.

Olorum é onisciente, onipotente, onipresente e indivisível, é energia pura que nos dá vida e nos sustenta.

Quando da criação, os seres humanos eram apenas centelhas divinas de Olorum e visando uma perfeita evolução dessas centelhas, Olorum entendeu por bem distribuir a elas suas virtudes principais, quais sejam, Fé, Amor, Conhecimento, Equilíbrio, Ordem, Evolução e Geração.

O que isso quer dizer? Quer dizer que em nossa primeira encarnação éramos apenas centelhas sem nenhuma virtude, uma brasa simples e pura. Ao encarnarmos Olorum entendeu por bem nos dar 07 (sete) virtudes suas, a serem evoluídas em nosso intimo quando do estágio no plano material, para entendermos e compreendermos cada uma delas e assim melhorar como Ser, não Ser encarnado ou desencarnado, mais como Ser em todas as suas facetas, já que mesmo desencarnados continuamos a evoluir as virtudes de Olorum.

Quando desencarnados, aprendemos tanto na luz como nas trevas, dependendo o campo que estamos de acordo com nosso merecimento. Se merecemos estar na luz, passamos a ajudar nossos semelhantes, quase sempre como entidades espirituais, que pode ser dos mais variados graus e níveis de luz. Se nas trevas ou na escuridão, aprenderemos com a dor e com as dificuldades, mais sempre evoluindo, positivamente ou negativamente, ou até mesmo podendo ajudar o próximo, trabalhando pela Lei, dependendo do nosso merecimento.

É justamente por isso que em nosso centro, casa de oração, templo de umbanda, ou qualquer outro nome que queriam dar, aprendemos desde sempre que “somos seres espirituais estagiando na terra”.

Por haver todas essas virtudes indispensáveis ao Ser, Olorum necessitava que elas fossem alimentadas, vigiadas e controladas, pois concedeu também aos indivíduos o livre arbítrio, ou seja, através desse fator o Ser escolhe como proceder e é justamente por isso que muitas vezes o Ser não cresce de forma correta dentro das virtudes divinas e acaba por modificar sua caminhada evolutiva (mas isso fica para uma outra ocasião).

Sendo assim, Olorum criou Sete Tronos Divinos: O Trono da Fé; O Trono do Amor; O Trono do Conhecimento; O Trono da Justiça (Equilíbrio); O Trono da Lei (Ordenação); O Trono da Evolução; e O Trono da Geração, bem difundidos e explicados pelo irmão Rubens Saraceni em suas obras literárias, que recomendamos a todos.

Para cuidar desses Tronos, Olorum criou as divindades, que são conhecidas popularmente como Orixás, que são essencialmente “poder” (energia), ou seja, que não se manifestam (incorporam), mas que irradiam sua virtude para todos os Seres e também dão forças aos guias e protetores que trabalham com seus fatores ajudando os encarnados e os desencarnados a evoluírem dentre de cada virtude e da Lei maior.

Muitos afirmam e no Wikipedia está descrito que Os orixás (yoruba Òrișà; em espanhol Oricha; em inglês Orisha) são ancestrais divinizados africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos. Estão relacionados às manifestações dessas forças. A característica de cada Orixá aproxima-os dos seres humanos, pois eles manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada Orixá tem ainda o seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, oferendas, espaços físicos e até horários. Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura, cada Orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem os seus Orixás vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente”.

Aqui cabe algumas observações, já que concordamos apenas em parte do que está descrito. Vejam, que como dissemos, os Orixás são divindades criadas por Olorum, que não incorporam, mas irradiam sua virtude para todos os Seres e também dão forças aos guias e protetores que trabalham com seus fatores ajudando os encarnados e os desencarnados a evoluírem dentre de cada virtude.

Além disso, são os Orixás os responsáveis por alimentar, vigiar e controlar as virtudes de Olorum. Ora, se são divindades com tais responsabilidades, não podemos concordar que “A característica de cada Orixá aproxima-os dos seres humanos, pois eles manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais”.

Na verdade, os Orixás não tem esses sentimentos, apenas irradiam seus fatores e o Ser, pelo seu livre arbítrio, toma suas decisões e dentro da Lei recebe ou é cobrado por suas atitudes. Afirmando que eles tem os sentimentos lá descritos, estaremos humanizando essas divindades, o que não podemos concordar. Respeitamos quem assim entende, mas não concordamos.

O que concordamos é que os Orixás “correspondem a pontos de força da Natureza “ e que Cada Orixá tem ainda o seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, oferendas, espaços físicos e até horários” (o que abordaremos em outros artigos).

Concordamos também que “Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura, cada Orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem os seus Orixás vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente”.

Portanto, para nós umbandistas, Orixás são forças divinas que irradiam as virtudes de Olorum para todos (isso também será melhor explicado em outros artigos). 

Sabendo disso, Olorum designou a responsabilidade do Trono da Fé ao nosso Pai Oxalá, que é essencialmente magnetizador da Fé. Como na Umbanda tudo é equilíbrio, este trono também ficou sob a responsabilidade de nossa Mãe Oyá, que é essencialmente cristalizadora da religiosidade.

O Trono do Amor foi designado a nossa Mãe Oxum, que é essencialmente concebedora do amor, e tem ao seu lado dando equilíbrio nosso Pai Oxumaré, que é essencialmente renovador da concepção.

O Trono do Conhecimento foi designado ao nosso Pai Oxossi, que é essencialmente expansor do conhecimento, e tem ao seu lado dando equilíbrio nossa Mãe Obá, que é essencialmente concentradora do raciocínio.

O Trono da Justiça (ou do Equilíbrio) foi designado a nosso Pai Xangô, que é essencialmente equilibrador da justiça, e tem ao seu lado dando equilíbrio nossa Mãe Egunitá, que é essencialmente energizadora da razão.

O Trono da Lei (ou da ordem) foi designado ao nosso Pai Ogum, que é essencialmente ordenador da Lei, e tem ao seu lado dando equilíbrio nossa Mãe Iansã que é essencialmente direcionadora do caráter.

O Trono da Evolução foi designado ao nosso Pai Obaluaiiê, que é essencialmente transmutador da evolução, e tem ao seu lado dando equilíbrio nossa Mãe Nanã Buruque, que é essencialmente decantadora dos sentidos.

O Trono da Geração foi designado a nossa Mãe Iemanjá, que é essencialmente geradora da criatividade, e tem ao seu lado dando equilíbrio nosso Pai Omolú, que é essencialmente estabilizador da geração.

Importante saber também que a Umbanda é monoteísta, ou seja, que acredita em um só Deus, Olorum, criador de tudo e de todos. Todavia, trabalha com diversas energias (poder) em perfeito equilíbrio, sendo, portanto, uma religião bipolar, pois há sempre positivo e negativo, macho e fêmea, ativo e passivo, certo e errado, entre outras coisas, sempre em perfeito equilíbrio, onde cada fator é vigiado por um Orixá (Oxalá e Oyá; Oxum e Oxumaré; Oxossi e Obá; Xangô e Egunitá; Ogum e Iansã; Obaluaiiê e Nanã Buruque; Iemanjá e Omolú), conforme demonstrado acima.

Todos os Tronos por serem bipolar, podem girar no positivo ou no negativo, podem ser ativos ou passivo, dependendo sempre das energias do indivíduo, pois, é a partir dos pensamentos que a pessoa se torna mentalmente acessível, já que sua própria afinidade magnética começa a atrair os seus semelhantes.

Este são pontos iniciais da Umbanda...

Umbanda é muito mais e tem fundamento...

Vamos apreender...

 

 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Irmãos negativos e os Exus


Irmãos negativos e os Exus

No artigo anterior falamos sobre “Deus e o Diabo” e colocamos nosso entendimento de que não existe a personificação do Diabo, com força equiparada a Deus, mas, sim, que existem irmãos negativos, que por problemas em sua evolução, caíram e se negativaram e que vivem para prejudicar seu próximo.
Esses irmãos adquirem força, desvirtuando as leis existentes, mas nunca podem ser equiparados a Deus - senhor onisciente, onipotente, onipresente e indivisível, energia pura que nos dá vida e nos sustenta – já que este é único, sendo certo que não podemos equiparar nada e ninguém a nosso senhor supremo.
Para esclarecer um pouco mais algumas dúvidas com relação a religião de Umbanda, principalmente para demonstrar que há diferença entre esses irmãos negativos e os Exus, guardiões do baixo astral, pois muitos, por falta de conhecimento, os equiparam aos irmãos negativos e pior, dão a essas entidades de Lei - Exus, muitas vezes, a qualificação ou a personificação de um “Diabo”, vamos escrever esse artigo.
É certo que esse artigo será superficial, já que a fundamentação do Sr. Exu será melhor explicada oportunamente em aulas que serão ministradas pelo Centro Espirita Tenda de Oxalá, mas aqui faremos vários comentários para aguçar a curiosidade de todos.
Para um melhor entendimento pedimos que os irmãos ao lerem este artigo o façam com coração e mente abertos para o novo, procurando entender que tudo o que é passado é apenas o início de vários conceitos, não sendo possível pormenoriza-los, já que há mais segredos entre o céu e a terra do que podemos imaginar. Portanto, este artigo serve para reflexão.
Importante termos em mente que todos nós somos filhos de Deus/Olorum. Não há qualquer Ser que não seja filho de Deus. Podemos estar encarnados ou não, negativos ou não, ainda assim seremos sempre filhos de Deus. Os bons e os maus (negativos) são filhos de Deus e isso não podemos esquecer, tanto que nos foi passado pelo Caboclo Das Sete Encruzilhas que a missão do Umbandista é Aprender com os mais evoluídos; ensinar aos menos evoluídos, e nunca renegar nenhum irmão.
É certo que nossos irmãos negativados, em razão do seu estado conciencial estão densos e por isso vivem vagando pelo baixo astral, alguns, fazendo o mau por pura ignorância, outros por medo, havendo até aqueles que são escravos espirituais dos mais fortes (mais a explicação disso fica para outro artigo). São esses os irmãos “fora da Lei” ou “punidos pela Lei”, que fazem o mau para os Seres, sejam eles encarnados ou não.
Poderíamos dizer que alguns desses irmãos negativos e mais esclarecidos, se fazem passar pelo Diabo, na tentativa de personificar esse nome e com isso criar mais força em razão do pensamento negativo de vários irmãos que vão se negativando com o passar do tempo e com as dificuldades que a vida lhes impõe, já que são nossos pensamentos que atraem tudo (mas isso também fica para outra oportunidade). Mas esses não podem ser equiparados a Deus, mas, sim, um ser negativo que vive para fazer o mau e tem força.
Alguns poderão dizer, mas se Deus é a força suprema, porque ele deixa esses irmãos negativos fazerem o mau para o seu próximo e ainda se passarem por um ser de força equiparado a ele, cujo o nome é “Diabo”? Simples. Se Deus criou tudo e esses são seus filhos, o que Deus mais quer é que eles aprendam com seus erros e melhorem, por amá-los. Exterminando com eles, Deus não seria um ser supremo. Alguém que ama seus filhos tem coragem de extermina-los só porque estão errando? Ao invés de exterminar aqueles que não evoluem e se negativam, Deus impôs as Leis imutáveis e nos deu o livre arbítrio para através de nossas atitudes possamos aprender e evoluir, nos dando também a oportunidade do arrependimento e da compensação. Isso é ser supremo.
Portanto, os irmãos que nos fazem mal, são aqueles negativos que vivem ao arrepio da Lei, vagando pelo baixo astral, não se podendo dizer que esses irmãos são Exus, pois esses não vagam pelo baixo astral, mas trabalham lá.
Muitos dirão, então, o que são os Exus? Exus são irmãos, trabalhadores da Lei no baixo astral, pois são densos, vazios e têm total conhecimento desse local. Cumprem as ordens dos espíritos mais evoluídos (Chefe de falanges, Protetores, sempre trabalhando na força de um Orixá) e ajudam os encarnados na caminhada evolutiva, entre outras coisas.
Para um melhor entendimento, pensamos... Quando estamos em um lugar muito escuro, se uma luz forte for acessa, o que nos acontece? Não enxergamos nada, pois a luz nos ofusca. Portanto, um espirito de luz não anda pelo baixo astral, ele determina a um desses irmãos que o façam. Outro exemplo... Um juiz de direito não entra na favela, ele determina que um soldado o faça, pois é ele que esta treinado e preparado para entrar neste local... Aqui cabem várias explicações, mas por ora basta os exemplos que servem para reflexão (não tenho a intenção de convencer ninguém, apenas que pensem, pois explicações mais detalhadas serão dadas oportunamente).
Para uma melhor reflexão, discorrerei um pouco sobre o Sr. Exu. Em sua infinita sabedoria, Olorum (Deus), na criação do mundo, o fez em equilíbrio, e isso é pacifico em todas as religiões.
Vejam que as espécies justificam essa afirmativa, já que Olorum as criou em perfeito equilíbrio, tanto que temos dois braços, duas pernas, duas mãos, duas orelhas etc., outros seres também estão em equilíbrio, sempre em pares, ou seja, existem no mundo o homem e a mulher, o macho e a fêmea, o bem e o mal, a direita e a esquerda, entre outras coisas.
Como vimos em nosso curso “A Fundamentação dos Orixás”, as sete linhas de Umbanda também estão em equilíbrio, tanto que para cada Orixá ativo, existe um Orixá passivo, trabalhando em equilíbrio para ajudar os seres encarnadas e todos estão interligados um ao outro.
No mesmo curso, deixamos claro que Oxalá é o responsável pela Fé, seu campo de atuação são os caminhos, e a sua regência é o Espaço Infinito, criando tudo que nele existe, sendo certo ainda que todos os outros Orixás estão assentados em seu campo, o Espaço Infinito, razão pela qual os estudiosos afirmam, que em que pese não haja hierarquia entre os Orixás, Oxalá é o mais velho e por isso que muitos o tem como o principal Orixá, sem falar ainda que todos os outros estão assentados em seu Espaço Infinito.
Todavia, antes de direcionar o Espaço Infinito a Oxalá, Olorum criou o Vazio Absoluto e o consagrou a Exu, responsável por este estado da criação e é por este motivo que muitos estudiosos afirmam que Exu é o filho primogênito de Olorum.
Tal afirmação se dá, vez que para existir o Espaço Infinito, primeiro tem que haver o Vazio Absoluto, pois o Espaço está dentro do Vazio. Como Exu é o guardião do vazio, este também é vazio. Em seu estado natural, Exu não tem sentimento e até é Taciturno (que fala pouco, calado, silencioso, triste, sombrio) e sua função, justamente em virtude de ser vazio, é esvaziar os seres desequilibrados para que possam voltar a evoluir.
Com isso em mente, podemos afirmar que Exu não é um ser mal como muitos acreditam ser, ele na verdade é um cumpridor da Lei, regendo o vazio absoluto e cumprindo os desígnios de Olorum. 
Uma vez não tendo sentimentos, sendo vazio, podemos dizer que Exu é neutro, nem bom, nem ruim, apenas cumpri o que for determinado.
E é ai que está toda a diferença do que muitos afirmam.
Pensemos... Em nossas vidas já ouvimos falar de espíritos trevosos, malignos, obsessores, sofredores, entre outros (negativos), e também ouvimos falar de Exu.
Se existem todos eles e também Exu, é porque um não é o outro. Com isso em mente, podemos dizer que os primeiros são problemáticos em virtude de seus desequilíbrios no caminhar da vida, enquanto Exu é vazio por natureza.
Como Exu é cumpridor, vazio por natureza, portanto, neutro e Olorum o designou para ser o Guardião do vazio absoluto, não é certo afirmar que ele é mal e que não pertence a Lei. Certo?
Acredito que sim, pois ele faz parte da evolução dos seres encarnados e dos seres desencarnados, pois atua esvaziando os desequilíbrios desses, em seu campo de atuação.
Infelizmente, o mal, são os seres humanos que muitas vezes pedem e querem o mal para o seu próximo, ou pensam apenas em si e usam de conhecimentos para tanto.
Lembram que os Exus são vazios, sem sentimentos, cumpridores e neutros. Ora, sendo eles assim, o que lhes for pedido eles cumprirão independente de qualquer coisa, pois deverão ser pagos para tanto (oferendas). Uma vez pagos, quem cai na malha fina da Lei é justamente quem pediu e se desequilibrou.  A Lei fazendo o seu papel.
Por estes motivos não podemos dizer que Exu é o ser ruim, pois ele não diferencia o bem e o mal, apenas cumpri o que foi determinado. Se quem pediu está certo, Exu fará seu trabalho e ponto. Se quem pediu está errado, Exu também fará seu trabalho, pois foi pago para tanto, mas a Lei atuará em face daquele que pediu e no momento oportuno fará justiça e o Sr. Exu nada poderá fazer, pois é a Lei que estará atuando.
Está é a força de Exu, que trabalhará no baixo astral, cumprindo com o que for determinado. Sei que vários questionamentos existirão, entretanto, várias respostas, como melhores esclarecimentos, serão dados em cursos, mas aqui cabe apenas aguçar a curiosidade. Vejam ainda que Exu também tem seu equilíbrio e nele está a Pomba-Gira, que cuida dos desejos, mas há também Exu-Mirim que cuida das intenções. Tudo será melhor esclarecido em cursos.
Ah, não podemos esquecer que primeiro oferendamos Exu para depois começarmos nossos trabalhos, como também firmamos ele no lado de fora do templo. Exu trabalha com o membro fálico (representação do membro viril masculino) nas mãos. Por que de tudo isso?
Reflitam...

 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Deus e o Diabo


DEUS E O DIABO

Me foi perguntado por um irmão, que ainda procura seu ponto de equilíbrio religioso, se na Umbanda se acredita existir o “Diabo, ou se há algum Orixá relacionada a ele” Após conversar um pouco com ele e outros irmãos presentes, pensei que seria interessante escrever sobre o assunto, já que isso deve ser dúvida de muitos.

Começo perguntando se os irmãos acreditam que existe alguma força que se compare a força divina de nosso Pai Maior “Deus/Olorum”?

Na minha visão acredito que não, pois, se assim pensássemos estaríamos colocando em pé de igualdade nosso divino criador com as forças negativas, sendo possível, portanto, uma luta inimaginável pelo poder.

Como já explicamos em nossos cursos, Olorum é o Deus supremo que tudo criou, não existindo força semelhante. O que existem são Leis imutáveis criadas por ele, onde o que fazemos em nossa caminhada evolutiva vai sendo anotado no livro da vida e essas atitudes vão sendo cobradas ou abençoadas de acordo com nossos atos.

Lembremos das palavras do Sr. Exu Caveira proferida a nós nos seguintes termos “A morte é uma consequência da vida, mas seus atos é o que vai dizer a sua consequência e o seu fim”.

Vejam que são nossas atitudes que vão dizer as consequências de nossa passagem para o plano espiritual e vão determinar também nosso fim, ou seja, para onde iremos e como iremos.

Assim, se existem Leis imutáveis criadas por Olorum, ser supremo, e são nossas atitudes que definirão nosso fim, não podemos acreditar em força igual ao de Olorum, pois colocamos em xeque sua superioridade.

Contudo, existem sim forças negativas fortíssimas, já que em virtude das dificuldades de nossa caminhada evolutiva, muitos irmãos, encarnados ou não, acabam se negativando de tal forma, que seu pensamento tem um único proposito “prejudicar o seu semelhante”.

É certo que em nossa caminhada evolutiva aprendemos muito sobre diversas coisas e em todos os campos que a vida nos proporciona, inclusive sobre as virtudes divinas (Fé, Amor, Conhecimento, Equilíbrio, Ordem, Evolução e Geração), não sendo diferente com relação a forças maléficas, tanto que existe, e isso não é novidade para ninguém, pessoas que praticam magia negra. Assim, muitas vezes o aprendizado ao invés de ser positivo, segue para o lado negativo e o Ser começa a desenvolver pensamentos ruins e com isso vai densificando sua matéria, mente e espirito, caindo para campos extremamente negativos.

Tudo o que aprendemos levamos conosco em toda nossa vida encarnada e desencarnada e isso não é diferente com os espíritos negativos, que ao desencarnarem ficam vagando, já que não atingiram um grau evolucional que lhes permitam seguir por campos melhores, onde aprenderão os verdadeiros desígnios de Olorum, e muitas vezes nem mesmo querem ir para esses campos e, em razão do seu estado de espirito e merecimento, vagam por campos extremamente negativos por estarem densos.

Como ficam vagando nesses campos, acabam encontrando outros com os mesmos pensamentos e começam a se unir para praticar o mau, onde um ajuda o outro a fazer o mau para aqueles que eles entendem ou acreditam que devem receber o mau, em virtude de seu pensamento desvirtuado, criando com isso, uma legião voltada para prejudicar aqueles que estão procurando apreender os desígnios de Olorum e que muitas vezes conscientes, não sabem o porquê as coisas acontecem.

Fazendo um paralelo com o plano material, temos invariavelmente as quadrilhas de ladrões, que nada mais são do que pessoas com pensamentos negativos que se unem para praticar o mau contra pessoas inocentes. Não tem o mesmo poder das autoridades legitimamente constituídas, mais que procuram usar todo o conhecimento adquirido em prol de levarem vantagem e fazer o mau ao próximo.

Assim, todo o conhecimento adquirido é utilizado para fazer o mau e um acaba ensinando o outro o que aprendeu em sua caminhada e com isso vão crescendo em força, já que não respeitam as Leis impostas e agem sem qualquer pudor no intuito de conseguirem o que querem.  É claro que continuarão sofrendo as punições da Lei, mas, como o seu mental está completamente negativado, não se importam em continuar sofrendo, só querem que o outro sofra também.

Vejam que muitas vezes agimos de forma que normalmente não agiríamos e que muitas vezes falamos de forma impensada no claro intuito de apenas magoar o outro, quando não queríamos magoar ninguém, apenas queríamos colocar os nossos pensamentos e sentimentos de forma simples. Quando isso acontece, muitas vezes estamos sob influência desses irmãos.

Contudo, não podemos ter isso como desculpa, muito menos esquecer que mesmo sob a influência deles, temos nossa parcela de culpa e podemos e devemos combate-los, não dando entrada para pensamentos que não são nossos. Mas isso existe.

Nasce da conduta desses irmãos negativos a missão dos Umbandistas, que é mostrar a esses espíritos que suas atitudes só estão lhes prejudicando e nada de bom lhes traz, já que as entidades de luz irão nos proteger, trabalhando dia e noite para isso, dentro do que determina a Lei e dentro de nosso merecimento.

Porque dentro do que determina a Lei e de nosso merecimento? Porque muitas vezes, mesmo negativos, esses espíritos podem estar amparados pela Lei em virtude de nossas condutas (carmas, dividas passadas ou presentes e etc.) - mas isso fica para outro artigo, mais que serve agora apenas para sabermos que isso existe e pra pensarmos. Aqui vamos nos concentrar apenas em demonstrar que não existe igualdade de forças entre nosso divino criador e os irmãos negativos.

Esses irmãos negativos, após adquirirem força, começam a explorar o mental de irmãos sensíveis a esses pensamentos, para praticarem o mau, nascendo disso a sensação de que o Diabo existe e que também tem muita força.

Na verdade, essa nomenclatura foi dada apenas para justificar as atitudes desses irmãos caídos e dar um contraponto de equilíbrio as coisas santas. Contudo, não há ponto de equilíbrio com a força de Olorum e sim, com nossas atitudes, já que muitas vezes as lutas espirituais são situações mal resolvidas entre indivíduos que se perpetuam no tempo até serem desfeitas ou sanadas.

Várias religiões usam essa nomenclatura para ocultar a existência de espíritos e justificar sua doutrina, errando, ao nosso ver, de forma gritante ao comparar o Diabo (espíritos negativos) com Deus, nosso pai maior, Olorum.

Notem que a existência desses espíritos negativos respeita a Lei imutável criada por Olorum, já que nos foi dado o Livre Arbitro e em razão dele temos que passar por várias situações para aprendermos de forma plena as virtudes de Olorum, seja no campo positivo ou negativo, seja encarnado ou desencarnado, o certo é que aprendemos sempre, basta querer.

Ora, se o Ser é a semelhança de Deus e todos são seus filhos, não se pode desistir deles, apenas porque estão caídos. E é por isso que eles existem e na Umbanda se tenta mostrar a eles o caminho da Luz e da Evolução.

Na Umbanda não se nega a existência de espíritos caídos, negativos, trevosos, sofredores, etc, cada qual dentro da sua negatividade, existência, conhecimento e essência, apenas não se admite a existência de um Diabo em pé de igualdade com Deus, já que isso não existe, apenas é utilizado por outras religiões no intuito de não admitir a existência de um plano espiritual habitado, mas, todos, mesmo que de forma obliqua, deixam nas entrelinhas a existência deles quando dizem sobre a existência de Santos, Anjos, Deuses, Buda, Maomé, Diabo, Lúcifer, espíritos caídos, monstros, entre outros, sempre querendo esconder o que não conhecem e não entendem.

Portanto, de forma veemente, não há igualdade de poder entre Deus e o Diabo, se é que existe esse ser único.

Pensemos, reflitamos...

Que Olorum abençoe a todos.